No artigo “4 razões para investir em automação predial” foi demonstrado que a automatizar uma construção vai muito além de uma simples comodidade. Os exemplos e motivos apresentados, porém, ficam longe de esgotar todas as possibilidades que essa ferramenta oferece. Pensando nisso, foram selecionadas mais 4 razões que justificam o investimento em automação predial.
Não é novidade que as condições ambientais possuem grande impacto sobre a saúde humana. Variáveis como iluminação, qualidade do ar, temperatura, entre outras, influenciam no conforto físico, no metabolismo, na capacidade de concentração e até mesmo no estado emocional. E não é diferente no interior de uma edificação. Controlar a qualidade do ambiente é fundamental não apenas para evitar situações prejudiciais, mas também para criar as condições ideais. A relação entre o funcionamento de uma construção e a saúde de seus ocupantes é um assunto bastante complexo, que não pode ser adequadamente explorado em dois parágrafos. Mas é possível fornecer uma ideia de como a automação pode auxiliar na criação de ambientes mais saudáveis usando como exemplos a iluminação e a qualidade do ar.
A iluminação possui impacto direto sobre o chamado ciclo circadiano, que é o relógio biológico que regula as principais funções do organismo. Nos seres humanos a sincronia desse relógio é definida pelas variações de iluminação do dia, ou seja, pela luz solar. Quando as pessoas estão sujeitas a condições de iluminação distintas da natural, a sincronia é perdida, desregulando funções como sono, digestão, sistema imunológico, entre outras. Nesse tipo de situação, a automação é utilizada para aproximar as condições da iluminação artificial daquelas encontradas ao ar livre. Dessa forma, é possível fazer um melhor aproveitamento da iluminação natural, ajustar a intensidade para criar certo dinamismo, como ocorre ao ar livre e inclusive ajustar a temperatura de cor para reproduzir as mudanças da luz solar ao longo do dia.
No caso da qualidade do ar, é fácil perceber os seus efeitos em ambientes confinados. Quando a ventilação é insuficiente, existe um rápido aumento nas concentrações de dióxido de carbono e redução nas de oxigênio. O resultado é a sensação de fadiga, sonolência e desorientação. Ambientes com pouca renovação de ar também favorecem a propagação de doenças respiratórias. Outro problema comum em locais que contam com sistemas de ar-condicionado é a redução da umidade relativa do ar, que resseca as mucosas, provocando irritação e acentuando os sintomas de quem possui problemas respiratórios. Nesses casos o sistema de automação permite a medição das concentrações de gases, da umidade relativa e de outras variáveis, ajustando a ventilação, o ar-condicionado e a renovação de ar conforme necessário.
Muitos espaços são utilizados de maneiras diferentes ao longo do tempo. Alguns são utilizados para diferentes aplicações, como é o caso de centros de convenções e espaços para eventos. Outros possuem necessidades diferentes ao longo do dia, como é o caso dos restaurantes, em que as características do ambiente costumam ser diferentes entre os períodos diurno e noturno. Existem situações em que o prédio está sujeito a variações significativas na quantidade de pessoas, situação comum em centros comerciais. E existem casos em que o ambiente precisa se adaptar às necessidades de indivíduos específicos, que é o tipo de situação encontrada em hotéis e hospitais.
Nessas situações a automação pode ser utilizada para criar cenários, que podem ser personalizados e permitem alterar as características do ambiente através de um único comando. Assim, é possível alterar a intensidade, cor e distribuição da iluminação, ajustar a temperatura do ar-condicionado e alterar a forma de trabalho dos equipamentos. As modificações também podem acontecer de forma automática, com a própria edificação sendo capaz de reagir as alterações ambientais. Redes de sensores permitem que o sistema de automação interprete as condições ambientais e aja de acordo, como, por exemplo, fechando as janelas quando a velocidade do vento for muito elevada, ou regulando o modo de operação da climatização de acordo com a quantidade de pessoas no local. Essas ferramentas fazem com que o prédio possua flexibilidade para funcionar de forma eficiente em diferentes situações, sem exigir grande volume de trabalho dos operadores ou alterações constantes na infraestrutura.
Existem três estratégias principais que permitem ampliar a vida útil de um equipamento ou sistema: fazer uso deste apenas quando necessário, otimizar a sua operação e, melhorar a qualidade das manutenções. Qualquer equipamento possui um determinado número de horas de uso que corresponde a sua vida útil e, nesse caso, a ideia é simples. Se for possível reduzir a frequência com que um equipamento é utilizado, demora mais para atingir o limite de operação e, consequentemente, será estendido o seu tempo de uso. A vida útil também pode ser ampliada quando se evita que o equipamento opere próximo de seus limites físicos. Peças mecânicas sofrem desgaste maior quanto maior a velocidade com que se movimentam, equipamentos elétricos se deterioram mais rapidamente quando as potências envolvidas são elevadas, e assim por diante. A automação atua combinando as informações do ambiente com as dos próprios aparelhos controlados, permitindo que atuem de forma mais eficiente e evitando que sejam utilizados desnecessariamente.
Essa coleta de informações também aumenta a eficiência das manutenções. Tanto elas fornecem dados que facilitam o diagnóstico, quanto permitem a detecção precoce de falhas. É possível identificar a existência de algum problema quando existe uma redução no rendimento, ou então monitorar o número de horas de operação e assim acompanhar o desgaste de cada componente. As manutenções preventivas garantem que os equipamentos operem dentro de seus limites e evitam falhas mais graves que são, naturalmente, muito mais caras.
Ao longo de todo este artigo, e também no anterior, foram apresentados exemplos de como a automação simplifica as atividades de manutenção e torna a realização destas mais eficiente. No entanto, o impacto positivo não se aplica apenas ao operacional, mas também na gestão predial. As redes de sensores e a interconexão entre os sistemas fornecem um grande volume de informações que permitem a melhor compreensão do funcionamento da edificação e de suas necessidades. Essas informações permitem um conhecimento mais preciso dos custos envolvidos em cada processo e possibilitam que sejam feitas simulações e estimativas do impacto das estratégias de manutenção, alterações de metodologia e troca de equipamentos. É, portanto, uma ferramenta bastante útil para simplificar a tomada de decisões e auxiliar para que estas produzam os melhores resultados possíveis.
As construções desempenham um papel importante na vida das pessoas, especialmente nos espaços urbanos. Por isso é importante que se dedique atenção a elas no sentido de aprimorar o seu funcionamento e tornar os ambientes mais saudáveis e confortáveis. Existe uma grande variedade de necessidades que precisam ser atendidas, e cada local possui suas peculiaridades. Mas são igualmente variadas as oportunidades que a tecnologia oferece para atendimento dessas necessidades. E a automação predial é uma ferramenta poderosa e extremamente flexível para auxiliar na tarefa de criar construções melhores.
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